O Alentejo poderá vir a ter, até final de 2013, uma rede de ecopistas com um total de cerca de 500 quilómetros, resultante do aproveitamento de ramais férreos, estradas desactivadas e percursos rurais de ligação, foi hoje revelado. O cenário foi traçado à agência Lusa por Francisco Sabino, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Rural do Alentejo (CCDRA), à margem de um workshop que decorreu hoje em Évora. O encontro, subordinado ao tema «Plano de Ecopistas na Região do Alentejo - Mobilidade, Turismo e Desenvolvimento Sustentáveis e Valorização do Território», foi organizado pela CCDRA e pela Rede Ferroviária Nacional (REFER). Promover e divulgar o Plano Nacional de Ecopistas (PNE) da REFER, com destaque para o Alentejo, e promover e divulgar o património edificado nas linhas ferroviárias desactivadas foram os principais objectivos da iniciativa. Francisco Sabino, orador no workshop, deu conta do Esquema Director de Corredores Verdes que a CCDRA quer implementar, durante o actual período de fundos comunitários (2007/2013), para criar uma rede de ecopistas, em via-férrea, antigas estradas e outros percursos de ligação. «Se os projectos forem aprovados e depois de concluídos, no final de 2013, poderemos ter na região cerca de 500 quilómetros em ecopistas», frisou à Lusa, à margem da sua intervenção. Actualmente, no Alentejo, esse tipo de percursos não motorizados, onde se pode andar a pé, de bicicleta, em patins ou a cavalo, já está implementado em Évora, em cerca de 70 quilómetros. Neste município, encontram-se em utilização uma ecopista no antigo ramal ferroviário para Mora, que está feita até ao limite do concelho de Arraiolos, e percursos ambientais na Serra do Monfurado e entre as freguesias dos Canaviais e Bacelo. «No caso do ramal de Mora, a ideia é esticar a ecopista até esse concelho e, neste momento, estão trabalhos em curso», afiançou o técnico da CCDRA. Montemor-o-Novo também quer instalar uma ecopista no ramal de ligação à Torre da Gadanha e, até 2013, acrescentou, a proposta passa por realizar aproveitamentos do género nos ramais de Estremoz e de Évora para Reguengos de Monsaraz. «Espero que as autarquias tomem em mão esta tarefa que me parece extremamente gratificante e com interesse para a região», sublinhou, destacando que o turismo rural, de natureza ou activo pode ser fomentado na região, possuidora de um rico património natural e cultural. A par das vias-férreas desactivadas, Francisco Sabino revelou ainda que a antiga Estrada Nacional 18 (EN18), paralela ao IP-2, entre Évora a Beja, também poderá ser aproveitada como ecovia, permitindo ligar S. Manços (Évora) até Castro Verde (distrito de Beja). «O que teria também a vantagem óbvia de funcionar como espinha dorsal para o Alqueva», salientou, alertando as autarquias para apresentarem as candidaturas numa lógica «inter e supra-municipal», para mais facilmente serem aprovadas para apoios comunitários. Por seu turno, Luís Silvestre, da REFER, lembrou que a rede nacional de ecopistas em vias-férreas desactivadas integra a Rede Verde Europeia para o Mediterrâneo Ocidental, em criação, para ligar o Sul de Portugal ao Sul de Itália. No caso português, dos 710 quilómetros de canais ferroviários desactivados elegíveis para o PNE, 58 quilómetros, em cinco zonas diferentes, são já utilizados como ecopistas e a REFER tem protocolos com municípios para o aproveitamento de um total de 449 quilómetros.
Fonte: Diário Digital / Lusa
Um comentário:
Ora muito bem. Isso sim são boas notícias. Agora esperemos que os trâmites legais não impanquem a criação destes ciclovias.
O País teria muito a ganhar anível turístico se todas as regiões apostassem na criação deste género de infra-estruturas, para não gfalar tamb´me dos benefícios ao nível da saúde dos seus munícipes, pois está mais que provado que a existência de boas infra-estruturas promove o aumento dos níveis de actividade física das pessoas, o que se reflecte na melhoria da qualidade de vida das populações.
Ganhar, em menores gastos com a saúde,e em receitas com o turismo não é um bom negócio?!
abraço
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